quinta-feira, 12 de março de 2020

|| Adeus Lisboa

A um mês de voltar às minhas raízes, a nostalgia começou a baixar aqui por estas bandas.
Remexer nos objetos, selecionar o que é para levar e o que é para doar, relembrar as histórias do baú que o tempo empoeirou, ah Lisboa...

Lisboa fez de mim a mulher que sou hoje.
Trouxe-me a maturidade que jamais alcançaria se nunca tivesse saído da casa dos pais, trouxe-me um casamento que apesar de falhado ensinou-me tudo aquilo em que não acredito numa vida a dois, trouxe-me amigos (da onça) com quem aprendi a fazer melhores escolhas, trouxe-me pessoas doentes com quem aprendi que os psicotapas não existem só nos livros de psicologia, trouxe-me 2 filhos espetaculares que me desafiam até hoje sobre aquilo que é ter woman power.
Lisboa trouxe-me também (poucos mas) bons amigos que foram durante muitos anos a minha família, o meu colinho quando mais precisei, trouxe-me oportunidades de trabalhar e experimentar muitas coisas diferentes, em poder estudar e fazer o curso com que sonhei toda a vida.
Lisboa trouxe-me lugares com cheiro a saudade e a esperança; tornou-me uma menina mulher.

E sou tão grata. Muito grata.

Hoje ainda tenho muitos sonhos na algibeira, uns que já vão saindo, outros que ainda precisam de esperar mais um bocadinho. Depois dos 30 aprendemos que ir é muito melhor do que ficar, porque há cada vez mais a urgência de se ser e fazer do que esperar.

Adeus Lisboa, obrigada pela tua meninice tão dura e tão doce; deixo aos teus pés a promessa de voltar e, quiçá, talvez ficar.


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