Balanço de 2015

Olá meuzamores! Como estão? Bem?
Hoje venho partilhar o balanço deste ano que está prestes a terminar. Ufa... pensar neste ano emociona-me muito, a sério. Já estou aqui com a lagrimita no olho, mas, 'bora lá falar sobre este ano.
Este ano foi o ano mais importante dos meus 27 anos de existência. Pode-vos parecer exagerado, mas acreditem, não é. E para vos explicar o porquê de não o ser, vou ter que falar sobre isto em vários posts, inclusive videos que ando já aqui a magicar para partilhar convosco. Portanto, vou tentar resumir ao máximo neste post, mas ainda assim sentem-se porque vai ser longo.
Este ano foi o ano mais solitário, mais trabalhoso, mais duro mas mais fantástico de toda a minha vida. Fui mãe pela 2ª vez, mas até essa parte do decidir avançar com a gravidez ou não foi um tormento porque... estive sozinha do principio até ao fim. Claro que fui tendo algumas palavras de poucos amigos que foram estando por perto, mas, o caminho, esse, foi duro e solitário.
Foi um ano de muita mudança, de muitas decisões que jamais poderão ser repensadas, logo, jamais poderei voltar atrás com elas.
2015 mostrou-me a minha força mais profunda, mostrou-me de que fibra sou feita e que tantas vezes pus em causa, mostrou-me que não preciso de um homem para me afirmar e para ser feliz, mostrou-me que nenhuma mulher deve baixar a cabeça e permitir que a humilhem e que lhe digam o que ela é e o que ela nunca será.
2015 trouxe-me a coragem para afastar toda a gente para poder repensar sobre quem queria na minha vida e quem só era tóxico, trouxe-me também muito amor...próprio.
Peço desculpa por não poder partilhar toda a história na íntegra convosco, não por mim que nada temo, mas pela identidade dos meus filhos que não quero expor. Mas posso-vos dizer que no final de 2014 sofri um choque brutal, perto do natal descobri, de repente, que estava metida num filme de traições, de dupla personalidade, de psicopatia, de vida dupla, de drogas e álcool... Enfim, um filme de terror que me fez entrar em 2015 de cabeça baixa e a pensar "como é que vou sobreviver a isto?". Mas sobrevivi, estou aqui!
Os primeiros dois meses do ano foram horríveis, como podem imaginar. Vivia deprimida, com um filho na barriga, sem saber o que fazer à minha vida, às minhas emoções viradas do avesso. Aquilo em que eu acreditava não existia, era mentira.
Mas outra coisa que descobri é que, nas horas de maior sufoco, eu sou muito pragmática, tomo as decisões que tiver que tomar e não volto atrás. Naquela situação não fui diferente.
A partir daí foi arregaçar mangas, afastar toda a gente e olhar pra mim, que era algo que até ali nunca tinha feito. E tem sido uma descoberta fantástica. Aqueles que eram tóxicos na minha vida, fiz-lhes as honras da casa e abri-lhes a porta de saída, aqueles que até têm alguma chance vão entrando, devagarinho. Depois daquilo que passei, tornei-me muito seletiva de quem está e de quem não quero por perto, sequer. Afinal, gato escaldado de água fria tem medo.
Talvez pela minha infância e adolescência nada fáceis, sempre tive o defeito de buscar nos outros a minha felicidade, achava que pra ser feliz tinha que ser validada e aprovada pelos outros. Este ano, descobri que estava errada, que não preciso dos outros para obter qualquer aprovação ou validação, nem tão pouco preciso dos outros pra viver a minha vida, porque os outros,afinal, também nos "fodem". Os outros são importantes na nossa vida, sim, porque caminhar acompanhado é sempre diferente do que caminhar sozinho. Mas é só isso. Os outros não têm o direito de conduzirem a nossa vida, porque o maquinista somos nós.
Claro está que isto teve e ainda tem as suas consequências mais negras, por exemplo, deixei de dar confiança aos outros, deixei de acreditar no amor entre um homem e uma mulher, deixei-me disso. Prefiro acreditar que o risco de sofrer amargamente não compensa a tentativa.
Nestes dias em que estive em casa dos meus pais, numa conversa banal com a minha mãe disse "naaa eu amo-me muito para tolerar uma coisa dessas". E depois de dizer isto parei e as lágrimas encheram os meus olhos. Porra, pela primeira vez na vida eu verbalizei que me amo e disse-o com verdade.
De tudo o que 2015 me trouxe, esta foi a melhor dádiva, o de amar-me a mim própria. Claro está que ele não me ofereceu este amor por artes mágicas, tem sido um amor que vou conquistando mais e mais a cada dia que passa, é uma conquista onde tenho que arrancar tudo o que me dói cá de dentro, perceber essa dor e arruma-la numa gaveta apropriada sem me esquecer dela e, mais do que isso, sem ter medo de olhar para ela.
Hoje, ao aproximar-me da passagem do ano, onde há 1 ano atrás, precisamente, eu achava que não ia chegar viva sequer ao final deste ano, constato que a velha frase "o que não nos mata torna-nos mais fortes" é algo que se pode muito bem levar à letra.
Eu não sei o que 2016 me reserva, tenho planos, muitos, onde só me incluo eu (é tão bom querer estar só comigo, quando antes nem me suportava). Mas uma coisa eu sei, se sobrevivi a 2015 com tudo o que aconteceu, então eu sou capaz de sobreviver a qualquer coisa.
Portanto, estou pronta para receber o novo ano com tudo o que ele trouxer. Estarei cá para enfrentar as grandes batalhas, relativizar os medos e apaixonar-me por mim e pela vida, mais e mais.
Estou a aprender a ser feliz, como diz a música.
Espero que o novo ano vos traga tanta mas tanta coisa boa, que se apaixonem, que vivam, porque um dia quando tudo acabar é só isso que levaremos connosco: o bem que vivermos.

Beijinho grande e Feliz Ano Novo