quarta-feira, 22 de março de 2017

|| És-me poesia

Ah Céline, Céline... How does a moment last forever?
Eu sei.
É no beijo dele, no entrelaçar das nossas mãos, no cruzar do nosso olhar.
É no riso de uma piada parva ou de uma lembrança terna.
É no suspiro apaixonado do "ai rapariga se eu não gostasse tanto de ti..." de cada vez que eu tento meter-lhe nojo.
É na palmada no rabo que eu lhe dou sempre que ele se levanta ou se senta ao meu lado e na palmada na perna que ele me dá de cada vez que vamos juntos no carro.
É no abraço apertado que quase me estrafega toda e que só ele me sabe dar.
É no meu encostar de cabeça no ombro dele.
É na festinha com o dedo que ele me faz no rosto e eu nos lábios dele.
É no beijo no rosto que lhe dou devagarinho sempre que acordo a meio da noite e no braço com que ele me protege sempre que me mexo ao dormir.

Pudesse eu parar o tempo nesses momentos... e perpetuava-nos para sempre.

Se me pedissem para te definir numa só palavra, eu diria que és poesia.
É em ti que escrevo as minhas melhores prosas, que gravo os diálogos mais maravilhosos e soletro as rimas de um amor maior que não me cabe no coração que trago na boca.
É contigo que se frustra todo um dicionário de língua portuguesa e que se dá sentido aos gestos de uma linguagem que deveria ser universal.

És a poesia dos meus versos soltos, do meu conto de fadas, a poesia onde choro os fados que a vida às vezes me canta.
És a poesia dos meus sonhos, das histórias do "viveram felizes para sempre...", és a poesia que invento todos os dias da nossa vida para te fazer feliz.
És a poesia que trago junto ao peito, a poesia que me faz querer tirar os pés do chão e dançar, a poesia que me transporta para os dias lindos que tivemos e alimenta a alegria dos dias que ainda estão por vir.

Até nos nossos momentos maus, aqueles que nos põem à prova e nos mostram que até um amor forte tem as suas vírgulas, és a poesia onde Deus escreve nas minhas linhas tortas.
E quando a minha inspiração se dilui no lago dos meus medos onde, tantas vezes, mergulho de cabeça, vens tu, poesia inteira do meu coração, devolver o ar aos meus sonhos e citar-me os versos de quem sou.

És a poesia que me desperta dos meus sonhos maus, que me destrói as barreiras teimosas, que me prova a diferença entre a verdade e a mentira e que me ampara sempre nas quedas livres.
És a poesia do sol de cada dia novo que nasce e das estrelas que a noite traz para enaltecer o céu escuro, és a poesia que me inspira todos os dias, a poesia que me instiga sem limites e que me desamarra os medos.
És a poesia de um rio que me leva até ao mar, a poesia que pinta a minha primavera deixando-a sempre em flor, a poesia das minhas melodias que ainda estão por inventar.
És a poesia da minha história com um final feliz.

Por mais dias, semanas, meses ou anos que passem, que as minhas linhas sejam sempre suficientes onde possas ser tudo e mais um pouco, inclusive feliz.

E como é que uma história nunca acaba?
Quando a poesia de dois corações se transforma numa música capaz de os fazer ficar, mesmo quando tiverem todas as razões para partirem.

Que a nossa história seja assim, poesia de um amor bonito e puro, para sempre.




3 comentários:

  1. Pão bonito que só posso dizer Amém.
    Um abraço

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  2. Tão bom mas tão bom "ler-te" assim Márcia!
    Gosto imenso de ti...mas isso tu já sabes:)
    Beijinho
    elisaumarapariganormal.blogspot.pt

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  3. Uau Márcia!
    Tão inspiradora! Adoro ler este teu lado poético.
    És poesia... que bonito!

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