sexta-feira, 11 de agosto de 2017

|| Amor para a vida toda

Parabéns meu amor, muitos parabéns.
11 anos da tua vida e 4 sem te ver.
Não, eu não me esqueci de ti. Também não te esqueceste de mim, eu sei.
Continuam a impedir-nos o abraço, continuam a culpar-me por te ter tentado proteger, continuam a fazer de mim o lobo mau da história quando são eles que te fazem comer a maçã envenenada todos os dias da tua vida.
O que eles não sabem é que o nosso amor é para a vida toda, como diz a música. E um amor como esse não afrouxa, não se aniquila e nem morre.

Há 11 anos atrás estava eu na praia com umas amigas quando recebi a boa nova de que ias nascer. Quando te peguei ao colo pela primeira vez e te aconcheguei no meu colo, tão pequenina, tão frágil, tão doce, ali senti que era um amor para a vida toda.
Troquei-te muitas fraldas, dei-te a primeira sopa, segurei-te nos primeiros passos, consolei-te nas dores dos dentes a nascer, adormeci-te ao colo vezes incontáveis, dormimos juntas a sesta outras tantas, deixaste-me puto da vida quando me rasgaste meia dúzia de folhas do livro de código da estrada que estava em cima da minha cama por me ter ausentado uns minutos só para ir à casa de banho, assisti deliciada a cada vez que davam os anúncios de publicidade na televisão e tu ficavas vidrada a olhar, cantei e dancei em repeat a música da Lily sobre querer falar com o papá, aplaudi os teus desfiles com os meus sapatos de salto alto calçados e a minha mala no teu ombro, saboreei os nossos almoços com batatas fritas nas férias de verão, protegi-te sempre das asneiras que fizeste e que a avó nunca soube, orgulhei-me das tuas primeiras notas da escola, surpreendi-me com o teu mau feitio tão igualzinho ao meu.

No baú das memórias guardo os desenhos que fizeste para me oferecer no último natal e no último dia da mãe que estivemos juntas. No coração guardo o dia em que me disseste que gostavas muito que eu fosse a tua mãe.

Sempre me disseram que "a esperança é a última a morrer". Já são 4 anos agarrada a ela, com a certeza absoluta que o amor sempre vence, demore o tempo que demorar.

Um dia ainda te vou voltar a abraçar e aconchegar no meu colo, porque os meus braços serão sempre suficientes para te segurar.
Um dia vou-te explicar que a justiça às vezes funciona, e que o karma... ahhh o karma... nunca falha.
Um dia havemos de dar as mãos e nunca mais as largar, mostrar-te os lugares incríveis onde levo os teus primos para serem felizes, dar-te a provar os meus novos brigadeiros de chocolate.
Um dia vou-te explicar que nunca desisti de ti e que no mundo continuarão a existir pessoas más, mesmo aquelas a quem chamamos de pais, mas que nem mesmo essas terão qualquer poder para abafar um amor que prometemos ser para a vida toda.
Um dia havemos de soprar as velas juntas e pedir novos desejos, porque aquele de voltarmos a estar juntas deixará de estar na lista.

Por agora sê feliz, sorri muito, mostra ao mundo o teu brio, faz-me orgulhosa e mantém-te firme. Sopra as velas daí que eu irei aplaudir-te daqui, todos os dias da tua vida.


Desta tua tia/madrinha que jamais te esquece e que te amará ... a vida toda.





3 comentários:

  1. Ai, chorei!
    N sei o que passa, mas espero que num futuro bem próximo, a saudade seja findada e vcs possam dar esse abraço tão esperado!

    Bjooos
    muitospedacinhosdemim.blogspot.com.br

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    1. O que se passa é que o meu irmão não sabe ser homem e tomou as dores da mulher dele quando eu e ela discutimos. O que era uma discussão só de mulheres tomou uma proporção gigantesca. Ela lavou-lhe o cérebro e ele proibiu a mim e aos meus pais de termos contacto com a filha.
      Já se passaram 3 anos...

      Mas tenho fé! Deus nunca falha a ninguém!

      Beijinho querida, obrigada pela força

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